Cinco pontos sobre o polêmico desfile da escola de samba paulistana
O polêmico desfile de carnaval da Gaviões da Fiel, escola de samba do grupo especial de São Paulo, chocou muitos cristãos. E a indignação deu-se, devido a comissão de frente da escola retratar, a luta do bem e do mal, protagonizada por anjos e demônios, em que dado momento, satanás com aquele histórico estereótipo católico-medieval, com seu tridente, atinge outro ator que se passava por Jesus. Além disso, ele foi arrastado pelo demônio e em alguns momentos, era protegido e levantado pelos anjos.
Durante a transmissão do desfile, o jornalista Chico Pinheiro afirmou que não seria Jesus, e sim Santo Antão, um santo que viveu no Egito entre 250 a 356, e que era um dos personagens principais da escola, que contava a história do tabaco. O coreógrafo da comissão de frente da escola, disse que a intenção da cena era chocar e mexer com as pessoas, e que era realmente uma representação de Cristo.
Bom, detalhes à parte, houve uma grande comoção na Internet, por parte de muitos cristãos, revoltados com tanta audácia da escola. Entre eles, o pastor Marco Feliciano, apontou intolerância religiosa e denuncia que devido aquilo ser feito com dinheiro público, é altamente contestável o que fizeram no desfile. O fato de mostrar aquele cristo sendo derrotado pelo diabo, os deixou bem decepcionados, indignados e se sentido desrespeitados.
Cada um pode reagir como bem entende. Mas, gostaria de trazer algumas reflexões em relação em como podemos lidar com essas desagradáveis representações dos símbolos cristãos
Primeiro. Carnaval é festa pagã. Certa vez ouvi um coreógrafo dizendo que carnaval era transgressão. Ou seja, o propósito desta festa é extravasar, sair da sanidade. Isso não significa que não devemos nos indignar com esta festa, mas não devemos gastar tempo como cristãos.
Segundo. Uma escola de samba não está comprometida com a Palavra de Deus.
Portanto, por mais que nos causa indignação, não podemos esperar que uma agremiação que se preste ao carnaval, vá respeitar a Bíblia, a igreja ou símbolos da fé cristã. Não há o que esperar, de uma sociedade pós-cristã, não cristã e anticristã (como diria o bispo Robson Cavalcantti). Não é de hoje que a fé cristã é ridicularizada.
Terceiro.
Carnaval não é fonte de conhecimento teológico. Acharia estranho a escola respeitar as doutrinas da fé, e ter exibido no desfile uma correta abordagem da crucificação. Portanto, o que esperar de pessoas e instituições que não estão comprometidas com cosmovisão cristã? O sistema caído, o mundo, a Babilônia (na linguagem de Apocalipse) não servem a Deus.
Assim, a grande maioria que produz o carnaval, filmes, séries, novelas e arte, devem cometer erros teológicos, visto que sua visão não está alinhada com a Bíblia. Isso não significa que não produzam coisas boas. Produzem e usufruímos aquilo que não contraria a fé bíblica, porém, quando erram, é consequência de que não estão alinhados a visão de Cristo da vida.
Quatro.
Mais do que o desejo da justiça divina sobre eles, devemos nos lembrar, que os que desprezam Cristo, estão sem condições espirituais de reconhecê-lo. Como disse São Paulo aos efésios:
Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo,
o qual nos mostra como Deus realmente é. (2 Co 4.4 NTLH).
Somente quando se crê no Evangelho, por meio da Palavra e da pregação, é possível ver, que O Cristo venceu o diabo, e a Cruz foi uma entrega de Deus Filho ao Pai, pelo Espírito. Como uma sociedade morta pode produzir um conteúdo de vida?
Quinto e último.
Devemos orar pelos que nada entendem. Não nos alimentamos de uma cultura que despreza a Deus, e sabemos que os que fazem, o fazem por terem um coração obscurecido, segundo a Palavra. Portanto, São Paulo nos chama a intercessão por eles e elas (1 Timóteo 2:1-3):
“Em primeiro lugar peço que sejam feitos orações, pedidos, súplicas e ações de graças a Deus em favor de todas as pessoas. 2 Orem pelos reis e por todos os outros que têm autoridade, para que possamos viver uma vida calma e pacífica, com dedicação a Deus e respeito aos outros. 3 Isso é bom, e Deus, o nosso Salvador, gosta disso. 4 Ele quer que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade.”
Podemos no futuro, ver muitos deles (que fizeram o carnaval da Gaviões e de um modo geral), testemunhando que na verdade, foi Cristo quem pisou cabeça da “Serpente” e os salvou.
Andrei Sampaio Soares.
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