O Além Portal entrevistou com exclusividade, Marcos Fernandes, de 19 anos. Ele nos contou sobre as condições da viagem e falou sobre o momento e após o acidente.
Um microônibus com 26 passageiros e o motorista, vindos de Rio Branco-AC, caiu em uma ribanceira, na BR 364, a 30 km da localidade de Vista Alegre de Abunã, em Rondônia (RO). Com vários ferimentos e escoriações, os passageiros foram encontrados com vida e levados o Hospital Regional da Vila Extrema (RO). Veja abaixo, a imagem do local do acidente (Reprodução/Google).
O grupo a bordo ia para um evento regional da Igreja Adventista da Promessa, Convenção Rondo-Acre, na Chácara Recanto Promessista, que fica em Presidente Médice (RO). A viagem foi interrompida, após o microênibus passar em um buraco, sair da pista e parar fora dela, como informou o site de notícias acjornal.com. Apesar da gravidade do acidente, nenhuma pessoa morreu.
O Além Portal, entrevistou via telefone, com exclusividade, um dos passageiros. Marcos Fernandes, de 19 anos, nos contou sobre as condições da viagem e do micrônibus; falou sobre o momento do acidente e que experiência tirou do ocorrido. Também nos mostrou fotos após o acidente. Leia a entrevista.
Além Portal (ALP): Vocês estavam a caminho do evento em Presidente Médice (RO), na Chácara da Igreja Adventista da Promessa. Até o momento do acidente, quanto tempo estavam de Rio Branco e quanto tempo faltava pra chegarem ao destino? A viagem estava tranquila?
Marcos Fernandes (MC): Estávamos a caminho da chácara Recanto Promessista (chácara da IAP) que fica na cidade de Presidente Médice, 30km de Jí Paraná. Estávamos há 290 km de Rio Branco, 5km antes de chegar a Balsa de Porto Velho, capital de Rondônia. Faltava aproximadamente 704km até nosso destino...
A viagem estava muito assustadora, tudo muito escuro,
muita chuva, muitos buracos na estrada e
o ônibus apresentado algumas falhas elétricas...
O acidente ocorreu por volta de 2 horas [madrugada], horário local de Rondônia.
AlP: No momento do acidente a maioria das pessoas estava dormindo, acordadas; lembra-se de alguma coisa? O que se pensa numa hora dessas, se consegue-se fazer isso.
MF: A maioria estava dormindo, inclusive eu estava cochilando. Lembro que teve uma grande porrada (quando bateu no buraco) aí nesse momento me recordo que houve um grande apagão, os faróis e as luzes internas apagaram. Aí já foi muito rápido, já não vi mais nada, apenas senti e ouvi. Senti uma grande batida na cabeça e meus braços se batendo...
Quando senti a batida na cabeça eu fiquei tonto e só gritei “vou morrer”.
Enquanto o ônibus descia desfiladeiro abaixo eu escutava muitos gritos,
mas me lembro bem dos gritos de minha mãe que estava do meu lado
“Misericórdia, salva-nos Senhor” e lembro dos gritos de nosso pastor “Calma gente, calma”...
Quando o ônibus parou eu pensei muita coisa, pensei que estava preso em algo, sentia alguma criança por baixo de mim. Até que ligaram a primeira lanterna e eu fiquei desesperado procurando minha mãe. Até que encontrei ela deitada sem conseguir se movimentar. Nesse momento todos começaram a glorificar a Deus.
ALP: Por se tratar de uma rodovia, sabe dizer em quanto tempo ocorreu o socorro das vítimas? Foi rápido, demorado? O que você sofreu no acidente?
Local muito difícil de socorro, estávamos contamos apenas com o socorro de Deus, a todo momento era a mão de Deus que nos guardava, Jesus parecia cuidar de cada detalhe. Poucos Km a frente era apenas água dos dois lados da via, seria uma tragédia se o acidente fosse lá...
O acidente foi por volta de 2h e chegou a ambulância 8h apenas,
com o motorista e uma técnica de enfermagem, nós mesmo que tiramos as vítimas mais graves. Eu tive um ferimento na testa, no nariz... E tive várias escoriações pelo corpo...
Minha irmã arrebentou o teto do ônibus e teve uma pequena fratura no crânio.
[ATENÇÃO: Imagem abaixo forte para pessoas sensíveis a sangue]
ALP: Você tem informações sobre a situação de outros passageiros?
MF: Após o acontecido 4 pessoas precisaram ficar hospitalizadas, sendo que receberam alta até o domingo pela manhã. 4 foram mais graves mas apenas com maiores escoriações. As outros apenas ferimentos leves...
Ao todo 27 passageiros com o motorista.
Motorista foi arremessado para fora do ônibus
e Deus o segurou em pé.
ALP: Você acredita que o microônibus utilizado estava dentro de condições para viagem?
MF: Fomos surpreendidos, não sabíamos das condições do ônibus. Na estrada vimos a situação: Sem cinto de segurança, sem limpador de para-brisa (e chovendo bastante) e o farol apagava quando batia num buraco. Foi o que aconteceu, bateu num buraco grande e tudo apagou.
ALP: Alguma pessoa conseguiu ir para a programação da igreja ou todos voltaram para suas casas, com exceção dos hospitalizados?
MF: A caravana de Rio Branco retornou para casa. O evento seguiu o roteiro pois era um evento de toda convenção, inclusive com os pastores da fumap (Ministério de Jovens Nacional), apesar da preocupação de nossos irmãos, ouço falar que o evento foi abençoado.
ALP: Diante do livramento, você teve alguma percepção nova da vida, de sua a fé, ou isso só serviu pra reforçar o que já pensava antes?
MF: Mais uma experiência com Deus, naquele momento eu orava “por toda minha vida te louvarei Senhor, gastarei minha vida aos teus pés”, eu só refleti o quanto Deus é bondoso...
Confirmei que Deus é o Senhor da igreja e sabe como trata ela.
Naquele momento todos permaneceram unidos e ajudando uns aos outros.
Uma coisa é certa, ali naquele desfiladeiro o nome de Cristo foi glorificado.
A presença de Cristo foi real ali, nem por um segundo Deus nos abandonou. “Que minha vida seja prova da existência do Senhor”
Por Andrei Sampaio Soares. | Publicado às 22h38, 04/03/19
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