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Um diálogo da Trindade, antes de criar o Ser Humano, sobre o Plano de Salvação

Você já imaginou se tivesse acesso a conversa, sobre a criação do homem e da mulher, entre a Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo? O autor americano Larry Crabb, famoso por seus livros sobre vida cristã e aconselhamento, escreveu sobre um provável diálogo entre Deus, sobre o Plano de Salvação. O que mais impressiona, é a capacidade do autor (a meu ver), de fazer essa conversa sem cometer deturpar o texto bíblico (heresia).

Abaixo, transcrevo o trecho presente no livro “Conexão”, um dos grandes sucessos do autor:


A fala do Pai:

- Criemos seres vivos e dotados de capacidade de desfrutar plenamente de nós. Somos absolutamente felizes conosco mesmos, é claro, afinal quem somos e o modo como nos relacionamos é incomparavelmente excelente. Mas até aqui não criamos nenhum ser que possa participar profundamente das alegrias singulares de um relacionamento íntimo conosco, de um relacionamento em que nós nada soneguemos a eles. Criemos seres especiais como nós, a quem possamos revelar as próprias profundezas da nossa natureza gloriosa.


“Precisamos, é claro, levar em consideração o que isso demandará. Esses novos seres precisam ser criados com a liberdade de nos amar e portanto de experimentar a vida da conexão, ou de amar mais a si mesmos e experimentar a miséria da desconexão. Eles, é claro, tomarão a decisão errada. Nós os criaremos aptos a desfrutar das profundezas da nossa graça. Mas isso os fará vulneráveis à tentação do inimigo, tentação de querer mais do que podemos lhes dar no seu estado não caído, de ansiar a graça que não pode ser revelada ainda. Portanto eles acreditarão na mentira de que nós lhe sonegamos algo bom, que eles poderiam alcançar pelos próprios esforços. Mas podemos tirar proveito dessa decisão infiel. Ela nos dará a oportunidade de revelar o que de outro modo permaneceria oculto, que somos tão bons e nosso amor tão profundo que sacrificaremos a alegria da nossa comunidade para recebê-los na comunidade.”

 

“Filho, no momento oportuno te enviarei à terra, onde te tornarás como um deles, aceitando a culpa do seu pecado. Então (e agora o Pai falava com a voz embargada pela emoção) romperei a nossa conexão e permitirei que passes pela morte da separação de mim que todo pecado merece. Quando eles virem os extremos a que chegamos para trazê-los à nossa comunidade, o anseio que plantaremos nos seus corações de ser amados assim acabará por atraí-los de volta, fazendo que nos amem plenamente e que confiem em nós com as suas próprias almas.”

 

A resposta do Filho:

“- Pai, o que me pedes é indescritivelmente doloroso, tanto que nem posso concebê-lo. Não posso imaginar viver sem ver tua face. Mas ao mesmo tempo o teu plano muito me agrada. Pois me dará a chance de fazer ver as pessoas como tu és maravilhoso. A alegria de ver-te glorificado faz todo sacrifício valer a pena. Não há outro caminho?

- Não.

- Então irei, de bom grado.”


A participação do Espírito:

“Espírito, descerás a várias pessoas que cuidarão dos meus desígnios até que o meu filho morra como homem e ressuscite. Então passarás a habitar cada pessoa que atraíres a mim, e inclinarás seus corações a que me amem, para que a obediência se torne alegria e não mera obrigação.”


A resposta do Espírito:

-Para mim será incomparável deleite cuidar dos teus desígnios e criar dentro de todos os que aceitarem a tua oferta graciosa de perdão o desejo de te conhecer. E cultivarei esse desejo até que se torne mais forte do que todos os outros. Não descansarei enquanto não viverem eles na minha força, superando todos os desejos de encontrar vida longe de ti.


A Trindade conclui:

”-Já é hora de começar. Vejamos o que podemos fazer com esse punhado de barro. Já tenho uma visão do que poderá ser.”


(Adaptado. Crabb, Larry. Conexão. Tradução: Eduardo Pereira e Ferreira. São Paulo: Mundo Cristão, pp.93-94, 1999).


Por Andrei Sampaio Soares.


(A imagem abaixo, é de um vitral da Igreja de Liège, na Bélgica. Tendo um símbolo estilizado, associado historicamente a Trindade. É o Triquetra. Esta figura traz três formar semelhantes a folhas, que significam a Trindade, entrelaçadas a um círculo, que representa a Vida Eterna. Saiba mais em: 5 antigos símbolos da Santíssima Trindade.)


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