top of page

Como enfrentar a morte?

Você já pensou em como serão seus momentos finais de vida? Serão calmos? Tumultuados ou serão serenos? A gente não pensa muito nisso por parecer ser um assunto muito mórbido. Afinal, ninguém quer morrer, tirando raras exceções, e muito menos ficar falando sobre morte. A morte é uma convidada que a gente não sabe o que fazer com ela até que ela chegue. E eis aí o drama, ela sempre chega.


Dias atrás assentado, como de costume, a mesa com alguns amigos a morte virou assunto de nossa prosa. Confesso que não é um dos assuntos mais confortáveis para uma conversa de final de tarde. No entanto, é uma realidade que cerca todos nós. Comentamos como é difícil ver gente com tanto medo da morte. Lembrei-me do Woody Allen quando disse não ter medo da morte, mas que preferira não estar presente quando ela chegasse. Talvez não seja a morte o problema, mas sim o morrer. Talvez todo o processo até a morte que nos cause tanto pavor. Óbvio que a morte não é algo bom. Ela é uma intrusa no paraíso criado. Ela é um inimigo a ser vencido. Tudo isso está bem claro. A questão é que ela está aí e temos de reagir diante dela.


Eu particularmente, não acho a morte bonita. Acho no mínimo bizarra a forma romântica como a retratam em filmes e séries. A morte é uma tragédia e nunca um escape. Só que ela está aí e como devemos reagir? Com coragem. Em primeiro lugar coragem de viver e depois coragem de morrer. Pior que a morte é uma vida sem sentido. Saber que a vida um dia irá acabar é mais uma razão para nela empreender. O fato de a vida ser tão breve não é razão para desprezá-la. No caminho de Jesus a morte é um “acidente” provocado pela rebelião humana, mas que está sendo resolvido. É por isso que a morte não deve provocar em nós tanto pavor, o antídoto contra ela já foi produzido e se chama ressurreição.



Óbvio que essa esperança não tira a dor e não faz desaparecer o sofrimento. Mas, com toda certeza devolve o significado. Uma vida bem vivida que foi ceifada e que será ressuscitada. Acho que as coisas começam a encontrar seu lugar. O ser humano em Cristo nasce, cresce, casa, se reproduz, adoece, sofre, sorri, morre e por fim ressuscita. Penso muito em como serão meus últimos dias. Já imaginei algumas vezes como será meu último suspiro. Esses pensamentos me assombram? De maneira nenhuma. Sei que a morte é uma realidade e a única coisa que podemos fazer é torná-la mais significante. No mais, é crer que o morrer sempre será lucro para os que estão debaixo da poeira dos pés de Jesus.


Ismael Braz,

é teólogo e pastor.


Comments


bottom of page