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As marcas dos chicotes

  • Páscoa 2018
  • 31 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

Nossa vida sempre é permeada por tanta violência. O mundo em que vivemos padece de verdadeira paz. A violência toma conta das relações humanas. Pessoas são covardemente submetidas a vários tipos de flagelações: seja fisicamente, como crianças e mulheres sofrem em seus lares; sejam acusados que apanham para que confessem supostamente a “verdade” de um crime; seja pela fé que professam, e assim, o mundo experimenta as marcas de “diversos chicotes”.

Cristo foi submetido a tal tratamento. Os evangelhos mostram isso em alguns textos: Mateus 27.26; Lucas 23.16, 22; João 19.1. Diante disso, Pilatos, que era um governador da Judeia, mesmo não achando motivo de prender Jesus: ....querendo agradar o povo, soltou Barrabás, como eles haviam pedido. Depois mandou chicotear Jesus e o entregou para ser crucificado. (Mc 15.15 NTLH)


Os chicotes

Antes de ir para cruz, como já lemos, Cristo foi submetido a flagelação. A palavra grega presente nestes textos bíblicos, Mateus 27.26; Lucas 23.16, 22; João 19.1, é phragelloo, que se refere a chicotear e/ou açoitar. Para tal execução eram usados uns chicotes romanos (azorrogue, de três pontas), que geralmente tinham pedaços de ossos ou metais¹.

Para o médico legista, o católico Frederick Zugibe, em seu livro “a crucificação de Jesus”, onde analisa as cenas finais da vida do Senhor: “A conclusão é que:

  • Jesus Cristo recebeu 39 chibatadas (o previsto na chamada Lei Mosaica²), o que equivale na prática a 117 golpes, já que o chicote tinha três pontas.

  • As conseqüências médicas de uma surra tão violenta são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado.

  • A vítima também sofre tremores e desmaios. ‘A vítima era reduzida a uma massa de carne, exaurida e destroçada, ansiando por água’, diz o legista.”³

Um sofrimento que marcou literalmente o corpo de Jesus.


As marcas na nossa vida

As cenas finais da vida de Nosso Senhor são chocantes. Não à toa, o profeta Isaías ao falar profeticamente desta cena (ele viveu 700 anos antes de Cristo), disse o seguinte: Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores e que sabe o que é padecer. (Is 53.3a) Se tem alguém que conhece a dor do pecado, é Jesus, mesmo que não tivesse pecado e nem cometido qualquer coisa ruim contra Deus e o próximo.

Jesus era um “homem de dores” nesse sentido, digno de se compadecer das “Marias das dores” e dos “Josés das dores”. E por que isso foi assim? As escrituras mostram que nós nos afastamos dos limites que Deus nos deu, nos afastamos de sua Lei, e Seu Filho veio em nosso lugar ser chicoteado, para que a ira de Deus não recaísse sobre os que têm fé em Jesus.

Porém, esta cena aterrorizante do flagelo de Cristo, é de retorno e conexão com o Pai, isso porque: Por meio da cortina, isto é, por meio do seu próprio corpo, ele nos abriu um caminho novo e vivo (Hebreus 10.20 NTLH). Enquanto os chicotes penetravam o corpo do Senhor e o deixavam em carne-viva, a vida dos que creem nestas marcas, são marcadas para entrarem na presença de Deus. Quem crê nas marcas de Seu corpo, tem a chance de voltarem a amizade com Deus.


Andrei Sampaio Soares | Editor do alemportal.com, graduando em jornalismo e teólogo.

¹O Novo Dicionário da Bíblia. Tradução: João Bentes. 3ª ed. São Paulo: Vida Nova, 2006, p.11, 309.

²Deuteronômio 25.2,3.

³Como morreu Jesus. Disponível em: https://istoe.com.br/929_COMO+MORREU+JESUS/.


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