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A 'impulsionadora' de influenciadores digitais; Além entrevista Gigi Grandin

Falando sobre formação acadêmica, empreendedorismo, influenciadores digitais e carreira,

Gigi Grandin é a entrevistada do Além Portal, neste mês das mulheres


Gigi Grandin é uma empreendedora com quase dez anos de mercado, e com apenas 28 anos de idade. Além disso, tem uma base educacional bem alicerçada, com cursos e especializações, como Marketing digital pela ESPM. Ela é especialista em campanhas digitais.


Ainda estudando, ela abriu um e-commerce de acessórios femininos de sucesso, com outras influenciadoras. Após vender sua parte na sociedade, partiu para novos voos.


Trabalhou na quinta maior agência de Relações Públicas do mundo, a Ketchum, atuando em vários setores da empresa. Até fundar a Impulso Digital, uma agência que se foca em campanhas digitais para empresas e gestão de carreiras de influenciadores digitais. Falando sobre formação acadêmica, empreendedorismo, influenciadores e carreira, Gigi Grandin é a entrevistada do Além Portal, neste mês das mulheres.


Foto: Arquivo Pessoal

Além Portal (ALP): Vemos que em seu currículo, há graduações e especializações; embora com exceções, podemos ouvir gente que diga, quando se trata de mundo digital, não ser necessário preparo acadêmico. Porém, qual sua avaliação sobre o papel de universidades para o meio digital e como isso afetou em sua própria experiência?


Gigi Grandin: O papel das instituições de ensino não é só a entrega de conteúdo para o exercício da profissão, mas também, o aprendizado de noções de ética, moral, social, psicológica e outros princípios que são fundamentais na prática da vida profissional. Além disso, ter a oportunidade de adquirir conhecimento por grandes atuantes do mercado é um grande alavanque para iniciar a carreira. Acredito muito nos auto didatas e que, há sim, muitos profissionais capacitados e competentes que não possuem histórico de estudos em formatos tradicionais, mas tudo é uma questão de predisposição e personalidade....


(Foto: Arquivo Pessoal)

 

No meu caso, foi muito importante para o meu amadurecimento como profissional e até mesmo pessoal, além de também ter trazido um pouco da bagagem de profissionais com referência e expoentes no mercado que vieram antes de mim para que eu começasse tendo conhecimento sobre o que já era fato.

 

(ALP): Como você percebeu a hora de vender sua parte no e-commerce e seguir mais numa formadora, por assim dizer, de influenciadores digitais. Tudo foi pensado sozinha, ou teve alguém que te deu a ideia? É importante saber que novos rumos tomar, mas como fazer uma escolha dessa num mundo de tantos caminhos?


Gigi: Na verdade, se me perguntassem há dez anos onde eu estaria em 2019, muito provavelmente eu responderia muitas coisas, mas não sócia de uma agência de Marketing Digital. Eu trabalhei em diversas áreas diferentes e em muitas entrevistas de emprego me questionavam o que eu realmente gostava de fazer. Essa questão foi a motivação pra achar o ponto em comum em cada uma das minhas atuações que sempre foram a comunicação e o digital. Quando eu tive esse conhecimento, fui cada vez me especializando mais e buscando ser a melhor profissional que eu podia...

 

Existe uma pressão muito grande da sociedade para que aos 16 ou 17 anos você já saiba o que fazer para o resto da sua vida e é complicado tomar uma decisão de tamanha magnitude com tão pouca maturidade. Mas o estudo sempre foi meu maior termômetro para a tomada de decisões, mesmo que de uma forma não tão positiva. Foi estudando administração, por exemplo, que descobri que não gostava de ciências exatas e que meu caminho tinha muito mais afinidade com as humanas e, principalmente, a comunicação.

 

(ALP): Muitas grandes empresas são clientes da Impulso Digital (Riachuelo, Pantene, Rihappy, por exemplo), o fato de vocês terem essa ligação com os influenciadores digitais, é um dos fatores que as atraiam para terem seus serviços? Aliás, seria esse um “presente/futuro” da propaganda, onde grandes empresas se valem dos influenciadores para alcançarem seu público, ou novos?


Gigi: Já foi provado por diversas pesquisas do mercado que a maioria da população se baseia em opiniões de influenciadores para decidir uma compra. O fator que leva isso a ser tão relevante é que, durante muito tempo, as propagandas se utilizavam de estereótipos irreais e distantes do consumidor que não conseguiam se enxergar naquela peça...

 

Hoje, com a democracia que a internet trouxe, é possível se tornar íntimo de alguém com quem você nunca se encontrou e são essas relações que estão mudando o mercado da publicidade de uma forma totalmente inimaginável. Quem diria que muitas vezes seria mais interessante divulgar um produto por meio de mídias sociais do que por um tradicional comercial protagonizado por um ator famoso no intervalo de um programa de TV?

 

Hoje vemos nomes já renomados em suas carreiras buscando essa aproximação e intimidade que só a internet pode trazer. Ivete Sangalo, que até alguns anos era só cantora, nos últimos tempos se tornou Youtuber para atender essa nova demanda.

Não sou radical de achar que é o fim da TV, porque há espaço para tudo e todos, afinal, o rádio está aí até hoje para provar isso. Porém, há uma redistribuição das verbas direcionadas a publicidade e marketing e uma necessidade de marcas de todos os segmentos se adaptarem ao novo mercado.

imagem de Gigi

(Foto: Arquivo Pessoal)

(ALP): Muita gente pensa que para ser um influenciador digital, basta ter um post viralizado, ou pagar postagens patrocinadas nas redes sociais, porém, quando sabemos que você tem mais de 100 influenciadores sob sua orientação, percebemos que a Internet não é um lugar tão amador assim. Para quem deseja alcançar um grande público e viver disso, qual o desafio que se tem a trilhar para quem deseja esse caminho?


Gigi: Antes de mais nada, é necessário ser um bom produtor de conteúdo, que consiga na sua comunicação trazer o que a audiência deseja. A partir disto, é preciso seguir uma frequência de produção para que você se torne referência.

 

Para mim, os virais são os antigos 15 minutos de fama.

 

(ALP): Com sua experiência nesse ramo empreendedor, o que você tem a dizer sobre desafios e vantagens, de se abrir negócios no Brasil? Avalia que nosso país será cada vez mais empreendedor?


Gigi: Tenho visto que não só no Brasil, mas em todo mundo, os jovens estão cada vez mais empreendedores. A minha geração já teve bastante iniciativa e revolucionou o mercado de uma forma que não víamos há muito tempo e, são os filhos destes revolucionários que irão ditar o mercado futuro. Na minha concepção, teremos mudanças ainda mais radicais nos próximo anos nas estruturas básicas de negócios e até de padrões de consumo. Profissões serão extintas e muitas que nem imaginamos serão criadas.

 

O empreendedorismo que já é um risco hoje, será um terreno ainda mais incerto com o passar dos tempos, mas com ganhos imensuráveis àqueles que acertarem o rumo.

 

(ALP): Qual conselho, como uma jovem empreendedora de sucesso, você dá para jovens que estão se sentido perdidos e que almejam um dia chegar num lugar como o que você está?


Gigi: Ter paciência e saber extrair os aprendizados de cada experiência.

 

É necessário passar por muitas situações ruins para se descobrir

quais são as boas e como chegar nelas.

 

Por Andrei Sampaio Soares.

Agradecimentos: Cristian Cesar, jornalista.


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