Perguntas e respostas que repetem esta linha de pensamento em nada contribuem. Só fazem manter as distorções e os julgamentos superficiais a respeito dos crentes
Esta é daquelas perguntas que alguma vez na vida os frequentadores de igrejas terão de responder. O conceito é pobre, desprovido de lógica razoável. Mas é bem assim que o mundo conhece e identifica os crentes, como pessoas que deixam de fazer coisas, frequentar lugares, anular hábitos, meramente por conta de proibições.
Uma parcela dos crentes também não ajuda. Sempre que intimidada com perguntas provocativas, curiosas, irônicas e cheias de zoação na sua origem, mandam a resposta aparentemente mais fácil: minha igreja proíbe.
Perguntas e respostas que repetem esta linha de pensamento em nada contribuem. Só fazem manter as distorções e os julgamentos superficiais a respeito dos crentes e, infelizmente, um julgamento que coloca no mesmo balaio todos os crentes. Enfim, perguntas chatas com respostas que nada respondem não edificam, não ensinam, não refletem, só pioram a visão do mundo em relação ao povo da fé.
Ninguém deveria se esconder atrás da resposta “minha igreja proíbe”. Afinal, se alguém deixa de praticar algo porque sua igreja proíbe, implicitamente está admitindo que caso não houvesse uma proibição a prática seria bem tranquila, sem qualquer constrangimento.
A denominação que cada um frequenta funciona como qualquer organização que se pensa séria, tem regras, normas, códigos, ética. A sociedade em cada uma de suas instituições funciona assim. Cada um sabe como se dá o fluir de sua denominação. Permanece nela porque concorda e não por obrigação e imposição.
Quanto às coisas conceituais e filosóficas, aí é que não dá para transferir a “culpa” para a instituição. Sempre que a pergunta vier, “sua igreja proíbe...”, faça da sua resposta uma ponte para evangelização através do seu testemunho, saiba responder a razão da sua fé e, vamos combinar, nunca se tratou de proibição.
Fazemos o que fazemos por revelação. Bíblica, doutrinária, apostólica. A resposta certa precisa estar carregada de convicção: “Não! Minha igreja não me proíbe de nada! Faço o que faço por entender que esta é a vontade do Senhor revelada em sua Palavra, portanto, para agradar e adorar aquele que deu a vida por mim faço o que faço, voluntariamente, prazerosamente. Jamais para conquistar algo em troca, pois Ele já me deu tudo, mas tudo o que faço é porque Ele já primeiramente e graciosamente me amou, me salvou, me perdoou.”
Tal resposta desmonta a intenção por trás da pergunta, pois dá um nó no conceito infantil de que crentes se movem por proibições. Nada mais distante da realidade do verdadeiro conceito de liberdade, aquele de João 8:32, “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”!
Igrejas não existem para proibir, existem para orientar, discipular, ensinar, edificar em amor, levando seus membros a crescerem dia a dia na graça e no conhecimento até atingirem a estatura de Cristo, o alvo máximo e perfeito de todo verdadeiro adorador.
Edmilson Mendes.