Esse depoimento me incomodou tanto... me fez pensar no que eu estou fazendo para que essas pessoas se sintam bem na casa do Pai, para que essas pessoas se sintam parte da família de Deus.
Essa declaração veio durante um café, com uma garota que não usa sapatos rosa mas é muito gente boa, e concordou que eu transcrevesse desde que não dissesse seu nome. Será que alguém consegue se sentir só no meio da multidão? Muito prazer, sou eu! Eu sempre fui uma pessoa que andava em turma, com a casa sempre cheia e com vários compromissos. Mas com o tempo, essa agitação foi diminuindo. E nesse feriado eu tentei encontrar "uma turma".
Fui a um bloquinho de carnaval, mas nada ali me agradou (nem tinha lugar pra sentar...). Fui em um acampamento da igreja que eu estava acostumada a frequentar, mas lá eu vi as rodinhas e grupos formados e me senti rodeada por estranhos conhecidos. Vim embora antes do fim.
Então fui ao cinema, mas nada do que estava em cartaz me agradou e voltei sozinha para casa. Na verdade, eu percebi que nos últimos anos, as grandes pessoas da minha vida saíram dela, seja por vontade, por necessidade, ou só porque não me queriam mais por perto.
Mas eu sinto falta dos almoços animados, dos cafés sem hora para acabar, das discussões sem sentido, dos aconselhamentos e debates, das viagens e ensaios.
Hoje eu não me vejo como parte de nenhum dos ambientes que antes me eram tão familiares. Talvez tenha sido culpa minha, mas me pergunto por que todas as pessoas que eu quero por perto sempre (eu disse SEMPRE!) vão embora. E neste carnaval de multidões e reuniões, estou aqui com meu bloco da "unida de uma só".
Esse depoimento me incomodou tanto... me fez pensar no que eu estou fazendo para que essas pessoas se sintam bem na casa do Pai, para que essas pessoas se sintam parte da família de Deus. Porque evangelizar não é só entregar folhetos e levar no culto. Evangelizar é mostrar amor.
A Garota do Sapato Rosa. | às 10h50.
