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O presente é um presente

Dias atrás, quando estava indo para o trabalho, me deparei com uma cena que me chamou a atenção e me fez refletir sobre o nosso “presente”. Era uma manhã chuvosa e vi algumas crianças e adolescentes que, como todos os dias, estavam indo à escola a pé. A chuva não estava tão forte, mas a quantidade de crianças era bem menor que as rotinas matinais daquele bairro.


O que me chamou a atenção nessa cena, aparentemente comum, foi como essas crianças podem estar sendo motivadas a irem caminhando para escola debaixo de chuva ainda que indefesas. Aquelas crianças poderiam ter ficado em casa, afinal, só um dia sem ir à aula “não faria mal”, não teria problema, mas algo com certeza as motivavam, e imagino que seja essa persistência seja devido ao pensamento no futuro.


Essa simples ocasião me fez refletir que desde crianças vivemos todos os dias pensando no futuro e isso, até um certo ponto, é sadio e nos faz bem. Somos instigados desde pequenos ao “que vamos ser quando crescer”, iniciamos o ensino médio pensando na faculdade, e, logo no início dela, o que acontecerá após, o trabalho ou uma possível pós-graduação. Em outro aspecto, chega uma certa idade, somos instigados a namorar, se começamos a namorar, nos cobram o casamento, se casam, e logo questionam sobre os filhos. Estamos acostumados sempre às coisas que não são do hoje, do agora, mas as que ainda estão por acontecer ou que talvez nem aconteçam.

 

Na maioria das vezes, vivemos o presente completamente

conectados com o que ainda nem aconteceu. O início da

“vida adulta” é uma constância de pensamentos futuros

e acredito que essa busca frenética pelo que ainda está por vir,

o excesso, o exagero é o que muitas vezes ocasiona a “ansiedade”

e até mesmo a doença do século XXI, a depressão.

 

O excesso de preocupações com o futuro é uma doença, é um câncer. Tira a alegria de desfrutar o bem mais precioso que Deus nos deu: o hoje, o agora, o “presente”. Certa vez, ouvi um conselho de um idoso, que me dizia para aproveitar a minha juventude, viver meus dias como se fossem os meus últimos dias de vida, vive-los intensamente. Confesso que apesar de refletir muito sobre, não consegui colocar muito em prática, exatamente pelo excesso de futuro nos meus pensamentos cotidianos.


Não quero te dizer com esse texto que você não deva se planejar, organizar seu tempo, projetar seus meses, seus anos, seus objetivos, o seu futuro em si, mas que não deixe esses pensamentos te corroerem, te sugarem. Parece frase clichê de autoajuda, mas “desacelere”, viva um dia de cada vez, aproveite bem os seus momentos, curta o seu presente olhando para o futuro, mas não o deixando te adoecer.


Eleve suas preocupações ao Criador, que te criou de uma forma única e exclusiva (Salmos 139), àquele que te conhece perfeitamente e sabe das suas necessidades. Entregue os seus anseios, os seus planos, caminho a ele (Salmos 37:5). Lance sobre ele toda a sua ansiedade, ele cuida de você (Mateus 6: 25-34; I Pedro 5:7). Viva o seu melhor presente: hoje! Desfrute-o entregando o seu futuro aos cuidados do Pai, lembre-se sempre dele (Eclesiastes 12:1) e seja grato por tudo o que ele já fez e fará por você.


Ângela Valuz


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