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#FDSAmarelo: Depressão, a rotina dos dias cinzentos

Sabe aqueles dias em que tudo amanhece cinza? O sol brilha na janela, mas o seu mundo está cinza?! Esses dias existem e são mais comuns do que se possa imaginar. São dias cruéis, difíceis e dolorosos. São dias de lágrimas, tristeza e profunda dor. Esses tais “dias cinzentos” são uma expressão da incapacidade humana de lidar com os revezes da vida de forma equilibrada e bem sucedida. São dias em que a fé balança, os princípios aprendidos durante toda a vida ficam em segundo plano e tudo que se enxerga são problemas, dificuldades, confusão mental e angústia.


Esses dias podem ser um episódio perdido em meio a dias ensolarados e felizes. E quando isso acontece, não geram maiores prejuízos, pois são passageiros e logo são superados. Basta uma boa noite de sono, um jantar com amigos, uma conversa com o marido/esposa ou qualquer outra atividade que produza prazer para que esse dia cinzento termine e o sol volte a brilhar com força total nos dias seguintes. Por vezes, o problema causador não foi nem resolvido, mas o individuo consegue olhar para ele sob outro prisma e aquilo já não causa mal algum.


O problema surge quando esses dias cinzentos tornam-se a rotina da vida humana, em uma sequência de dias em que o sol não brilha e a tristeza é a tônica das atividades. Quando nos deparamos com essas situações estamos diante de um quadro depressivo. Estamos diante do mal do século (ou talvez do milênio?) que tem acometido milhares e milhares de pessoas, sem escolher entre classes sociais, religiões, etnias, cores de pele ou gostos musicais. A depressão tira as cores da existência e tudo passa a ser visto em preto e branco, como nas antigas televisões dos nossos avós. As flores não têm cores. As refeições não têm gosto. As companhias não tem sentido. A vida perde a graça. E o suicídio passa a ser uma opção frequente.


Sim! Precisamos falar disso! Para quem está passando por problemas depressivos, a vida não tem tanta importância assim e, por mais que aos olhos de todas as outras pessoas isso seja impossível, para ele a morte é uma solução dos problemas. Todos veem como uma fuga, e talvez seja, mas para ele é a solução de todos os seus problemas. Afinal, para quem vive entristecido, morrer não deve ser tão ruim, não é mesmo? Não podemos fugir desta realidade e precisamos tratar ela com a devida seriedade, sem diminuir e sem superlativar sua importância. Devemos observar as pessoas com mais atenção e empatia, com mais amor e cuidado e apresentar a elas o lado bom da vida. Pintar as cores que foram apagadas e devolver sabores que fora suprimidos. Colocar alegria onde só há tristeza e colocar sentido onde não há direção.


Personagens bíblicos importantes, como Davi e Elias passaram por quadros depressivos. Homens de Deus, cheios do Espírito Santo, com a vida em ordem perante Deus entraram em depressão. Homens que foram poderosamente usados por Ele não souberam lidar com suas próprias dores e fraquezas e esconderam-se em cavernas, assim como muitos de nós fazemos hoje. O fato é que Deus não os deixou lá para sempre. Em algum momento, a cura e a restauração vieram; tanto para um quanto para outro. Assim como pode – e há de vir – para cada um de nós que tem passado por isso. Um poeta brasileiro canta com muita segurança os seguintes versos:


“Mas é claro que o sol vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei”

E ele tem razão, pois a própria Bíblia confirma esta verdade, por meio do salmista que cantava e registrou o seguinte verso no salmo de número 30, verso 5:

“Pois a sua ira só dura um instante, mas o seu favor dura a vida toda;

o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria.”

Nossa oração é no sentido de que todas as pessoas que porventura leiam este artigo e estejam passando por uma fase de dias cinzentos possam encontrar esperança e ânimo. Que as palavras do salmista revigorem sua alma, que as esperanças sejam restauradas por meio dos exemplos bíblicos apresentados e que a cura que provém do Altíssimo seja derramada sobre todos os corações angustiados.


Eric de Moura | Teólogo e influenciador digital em Café Com Eric.


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