Política ganhou termo conotativo no Brasil. Por isso proponho falar sobre política no sentido denotativo, como arte de governar. E ainda, estimulo aos meus amigos, líderes religiosos, ministros do evangelho, a não se intimidar em tocar nesse assunto na igreja, posto que, o reino de Deus é justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo (Rm.14:17).
Como ser justo e concordar que historicamente a igreja não se envolve em questões políticas? Parece muito mais fácil vivermos como comunidade em guetos, isoladas das demais esferas sociais, alheios às questões que trazem implicações à nossa vida em sociedade. Preferimos deixar essa questão para o Estado, resumindo nossa tarefa apenas no exercício da democracia, o voto. Pois bem, a verdade é que a igreja, apesar de sua origem divina, possui sua vivência na terra e o "daí a César o que é de César" mostra que não há como nós escusar disso.
Portanto, fuja da tentação da indiferença diante da desordem social do pecado sob o argumento de que "nosso reino não é deste mundo". Inversão dos valores, desonestidade, corrupção, mentiras, falta de transparência, violência, alcoolismo, drogas, pornografia, não são assuntos que requerem respostas tanto em forma de políticas públicas quanto da voz profética da igreja?
Se sua reposta for sim, não há como fugir da política, não há como dissociá-la da vida cristã; ser cristão é ser luz, ser sal, instrumento de transformação de todas as esferas da sociedade. Com tudo isso, um líder religioso não deve dizer em quem votar, mas como votar. Está sob a responsabilidade dos que são da frente ajudar o povo a tomar decisões baseadas nos princípios da Palavra de Deus, porque sem profecia (voz profética) o povo se corrompe (PV.29:18) mas quando O JUSTO governa o povo se alegra (PV.29:2).
Wellington Lima | Teólogo, poeta e pastor.