Da cozinha ao cotidiano da vida
- teologia
- 13 de set. de 2018
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No Evangelho de Mateus¹, lemos a narrativa de Cristo nos comparando com um elemento da natureza: “Vós sois o sal da terra”. O sal contém duas características muito importantes: o sabor e a conservação.
Podemos defini-lo como cloreto de sódio, cristalino, branco usado na alimentação. Se há um ingrediente que não pode faltar na cozinha da dona de casa é o sal, inclusive é um dos produtos mais baratos do mercado, contudo é indispensável e extremamente essencial ao bom apetite (que o digam as pessoas cuja recomendação médica os prova quase que totalmente do seu uso) e, convenhamos, uma comida sem sal não tem graça nenhuma!
Comparados ao sal, eu e você, discípulos de Jesus Cristo, temos a capacidade de dar sabor e tempero especial à vida das pessoas.
Consideremos o mundo como um lindo prato de alimento e que nós cristãos somos a pitada que falta para ele; se não tivermos fazendo nossa função, a comida não terá sabor algum. É neste mundo insosso, pecaminoso e egoísta que o Senhor nos colocou como porção necessária para dar gosto, uma responsabilidade que devemos assumir, pois somos a pequena pedrinha de cloreto de sódio que Deus constituiu como nutriente essencial aqui na Terra.
No que se refere à conservação, somos os destinados a manter viva a fé, a santidade e os valores celestes, independente das circunstâncias que venhamos enfrentar, com Cristo precisamos nos manter inalterados em nossa essência a fim de conservar neste mundo o que nos ensinou.
Há muito tempo, o sal era um alimento caro e precioso no comércio, era moeda de compra e de troca, era também muito usado em rituais cúlticos². Interessante como foi desvalorizado pelas pessoas com as mudanças: agora nos supermercados, geralmente o encontramos nas últimas prateleiras com o preço lá embaixo, mas suas propriedades continuam as mesmas e não há quem viva sem ele.
Deus é sábio, conhece todas as coisas e é imutável; assim nos fez sal num mundo que jaz no maligno³: somos pó, estamos lá no fundo do mercadinho e podemos ter valor irrisório para as pessoas, porém há sempre alguém necessitando da nossa existência, principalmente para orarmos a Deus e pedirmos a Ele que transforme essa alma em sal.
Portanto, é fundamental que não percamos nossa salinidade, afinal nessa Terra não há nenhum doutor químico capaz de produzir e restaurar isso em nós, pois essa é uma propriedade que Deus colocou em nós, mas se não salgarmos de nada serviremos a não ser para ser jogado fora e ser pisado pelos homens.
Pensemos nisso, mesmo que estejamos em lugares mais inóspitos como ocorre com o sal comum nas prateleiras do supermercado, precisamos fazer a diferença; por mais desprezados e desvalorizados que sejamos somos essenciais no plano de Deus. Que possamos amar e dar o sabor que falta à vida dos nossos semelhantes porque somos o tempero dessa Terra para a preservação da Palavra e para a glória do nosso Senhor.
Enos Tavares Lameira | Aluno do CETAP (Centro de Estudos Teológicos Adventista da Promessa) Extensão Norte. Artigo selecionado para edição – atividade da disciplina Metodologia do Trabalho Científico.

¹Mateus 5.13.
² Que está relacionado ao Culto; adoração. Disponível em: http://br.innatia.com/c-rituais-magicos-pt/a-o-sal-e-seus-rituais-2768.html.
³ 1 Jo 5.19.