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Motivações: as de Jó e as suas

Existe uma pergunta muito importante, que todos nós precisamos responder: “O que nos motiva a adorar ao Senhor?”. Quem não tem a resposta a essa pergunta, ou quem tem a resposta errada para esta pergunta, pode ter uma visão equivocada a respeito de Deus. Por exemplo, se eu o sirvo por interesse, e as coisas não andam bem em minha vida, posso cair na armadilha de pensar que ele está sendo injusto comigo e achar que tenho direitos de ser abençoado. Se eu o sirvo simplesmente por que tenho medo de ir para o inferno, minha imagem de Deus pode ser a de um Deus tirano e cruel. Se eu o sirvo simplesmente por causa do céu, posso correr o risco de estar desenvolvendo um relacionamento superficial com ele, pensando apenas no porvir e não desfrutando de uma comunhão presente real com ele.


Pois bem, o livro de Jó tem algo a nos mostrar sobre verdadeiras motivações. O testemunho de Jó, apresentado nos primeiros versículos do livro (vv. 1-5), é simplesmente fantástico! O próprio Deus disse sobre ele: ninguém há na terra semelhante a ele (1:8; 2:3). O caráter de Jó era exemplar. Ele não era perfeito, ou considerado sem pecado, mas se esforçava para viver honestamente, e empreendia esforços para fazer a vontade de Deus. Em um determinado momento de sua vida, entretanto, suas motivações foram duramente questionadas e postas à prova.


Satanás se opôs violentamente à veracidade da fé de Jó, e a sinceridade do relacionamento entre Deus e o homem: ...é por interesse próprio que Jó te teme (v. 9), O Senhor deu a ele do bom e do melhor, protegendo Jó de todos os males e tristezas e fazendo dele um homem riquíssimo! Não é sem razão que Jó te obedece! (v. 10 – BV). Observe que Satanás questiona as motivações de Jó. Na verdade, o principal alvo do ataque de Satanás contra Jó, foi o próprio Deus: “Será que Deus é tão bom que pode ser amado mesmo sem suas dádivas?”, “O ser humano pode apegar-se a ele, mesmo quando não há benefícios ligados a isso?” Esta é a grande questão levantada pelos questionamentos de Satanás.


O acusador insinua que o relacionamento entre Deus e os homens está baseado em jogo de interesse. Jó serve a Deus por causa de suas bênçãos, e Deus só o abençoa para que ele o adore. Tanto o caráter de Deus quanto o de Jó estavam sendo interrogados duramente. Satanás diz: ... se tirares tudo o que é dele, verás que ele te amaldiçoará sem nenhum respeito (1:11 – NTLH). Sua lógica é clara: o homem não é capaz de amar a Deus de verdade, de forma desinteressada. Ledo engano!


Quando recebe a permissão de Deus para tocar em tudo o que Jó possuía (1:12), o inimigo pensou que lograria êxito em seu empreendimento. Tocou em tudo o que Jó possuía. Conseguiu arrancar dele várias coisas importantes. No entanto, Satanás não pôde roubar a sua fé. Jó possuía muitos bens, mas provou que estes não o possuíam. Seu relacionamento com Deus era verdadeiro. Jó provou que o homem pode sim adorar a Deus, independente de suas dádivas. Provou que o homem pode adorá-lo pelo que ele é. Provou que o doador é melhor do que as dádivas!


De novo perguntamos: O que te motiva a seguir e adorar ao Senhor? Medite nisso.


Eleilton Freitas | Teólogo, pastor e diretor do Centro de Estudos Teológicos Adventista da Promessa (CETAP).


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