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Nem simulando armas, nem tocando homem nú

Eu estou abismado em quanto as pessoas estão polarizadas e com os cérebros diminuídos em nosso país! Parece que ninguém mais tem bom senso!

Vejam: primeiro compararam o ato ridículo dos sete homens brasileiros com a mulher russa ao funk carioca/brasileiro e suas letras ridículas. O bom senso chegou a níveis tão baixos que parece que não se pode condenar as duas coisas. Mas sim, é possível! É possível repudiar a ação machista da Rússia com a exposição da feminilidade brasileira nas letras de funk.

Depois, vem um candidato à presidência da República e ensina uma criança a fazer o gesto de uma arma com os dedinhos. A "direita", conservadora dos bons costumes, se ouriça toda e começa o 'mimimi' nas redes sociais: "ah, não pode fazer sinal de arma mas pode tocar homem nu", em referência à uma exposição do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) em que uma criança tocou um homem nu. Pergunto: onde está o bom senso dessa geração? Um santo não descobre o outro! É óbvio que uma criança tocar homem nu é terrível. Mas ensinar uma criança a sinalizar uma arma não é menos importante.


O bom senso deveria dizer: meu candidato errou. Mas os minions insistem em idolatrar o seu mito, não avaliando suas propostas e muito menos suas ações. Novamente: é possível discordar da exposição do MAM sem concordar com o gesto de uma criança simulando uma arma.

Ainda em tempo: não me chame de petralha, comunista nem marxista. Eu também acho que quem roubou deve estar na cadeia.

Mas reflita, sem o ardor político ou a idolatria pessoal, se essas comparações e polarizações não são, no mínimo fora de contexto, para não chamá-las esdrúxulas. É possível discordar ao mesmo tempo de posições e ações dos candidatos da direita e da esquerda, sem ser coxinha e nem mortadela. Afinal, o bom senso não está na sua ideologia político-social; ele os supera e os transcende. Assim, ter bom senso não é ser extremista, mas equilibrado.

Portanto, concluo: que nessas eleições peçamos a Deus BOM SENSO, para escolher aqueles que, dentre os candidatos, são menos piores (já que não há melhores). E que Deus salve o Brasil!


Eric de Moura | Teólogo e autor do blog Café com Eric.

Imagem: Estadão/Divulgação


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