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Nove indícios de que uma instituição religiosa não vai bem

Quando é possível identificar se uma instituição se tornou perniciosa e deixou de viver aquilo que sustenta a comunidade? Apresento alguns indícios, que nos ajudam a identificar se esta é a situação da instituição que estamos.


Em primeiro lugar, quando ela pretende monopolizar Deus afirmando que só há contato com o divino dentro dela e reduzindo as manifestações de Deus a suas fronteiras institucionais.


Em segundo lugar, quando ela condiciona a relação com Deus a relação com ela mesma, exigindo que as pessoas façam parte dela, exclusivamente, para se relacionarem com Deus.


Em terceiro lugar, quando ela exige das pessoas sacrifícios institucionais em nome de Deus, levando as pessoas a terem uma dedicação a instituição equiparada a dedicação a Deus.


Em quarto lugar, quando ela não se permite ser questionada e confrontada, fazendo as pessoas acreditarem que ao fazerem estão questionando e confrontando a Deus.


Em quinto lugar, quando ela restringe a atuação ministerial das pessoas ao engajamento institucional, dizendo que a não participação nos ministérios institucionais é não servir a Deus e que só é possível servir a Deus nos ministérios institucionais.


Em sexto lugar, quando ela confunde a si mesma com o corpo de Cristo, afirmando que aqueles que não estão no hall de membros da instituição estão fora do corpo de Cristo.


Em sétimo lugar, quando ela prioriza as relações institucionais em detrimento das relações pessoais, tornando maior as funções do que as pessoas e se relacionando com as funções esquecendo-se das pessoas.


Em oitavo lugar, quando ela tenta perenizar a si mesma, cultivando nas pessoas a ideia que ela não pode acabar e que seu jeito de ser não pode ser nunca alterado.


Em último lugar, quando ela se torna uma máquina de moer corações, na frieza de suas relações com as pessoas e na má habilidade em resolver conflitos a fim de preservar as relações pessoais.


Que apesar de qualquer experiência ruim que a instituição possa proporcionar, possamos continuar enxergando a beleza desse projeto de Deus chamado igreja. Essa tensão entre o modus operandi da instituição e a vida comunitária sempre irá existir. O desafio é não desistir da igreja local, onde o amor, perdão, cuidado, auxílio, edificação e todas as manifestações da pessoa de Cristo são experimentados. É na igreja local, na comunhão com os irmãos, que ficamos expostos ao amor e a graça de Deus. Que apesar das incoerências institucionais continuemos apaixonados pela igreja, porque como disse o pastor Bill Hybels: a igreja local é a esperança do mundo!


Ismael Braz | Teólogo e professor.


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