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“Foi nessa promiscuidade que eu me perdi.”

“Convivência chocante de pessoas de sexo diferente e de condições sociais diversas; mistura confusa e desordenada de seres no mesmo ambiente... identifica o que não tem ordem, o que é libertino ou indistinto... é o que se destaca pela imoralidade, pela prática de maus costumes sejam eles na vida particular ou na vida pública...” Estes, resumidamente, são alguns significados que os dicionários dão para a palavra “promiscuidade”.


O título deste texto não é meu, por isso mesmo está entre aspas. Trata-se de uma fala do ex-governador Sergio Cabral, condenado a mais de 100 anos de prisão por crimes de corrupção, ao confessar que não soube se conter “diante de tanto poder”. Nenhum de nós tem estrutura para suportar as armadilhas sedutoras que a promiscuidade e o poder ilimitados conferem. Qualquer um que mergulhar nas areias movediças da promiscuidade terminará confessando a mesma coisa: me perdi, não resisti, fui aniquilado em meio a tanta promiscuidade que me oferecia tanto poder...


Tal risco é real? Sim, muito real. Ainda que não estejamos no papel de políticos poderosos e com fácil acesso ao tráfico de influência e aprovação de leis e projetos que visam vantagens e enriquecimentos ilícitos, estamos no papel de seres humanos caídos, portanto fracos e pecadores.


Respire fundo e sinta o cheiro. O conceito de promiscuidade domina praticamente todas as cenas urbanas. Diariamente somos afrontados e testados em nossa fé e valores. Bramidos semelhantes aos dos leões rondam nossa paz a cada dia, se pudessem e conseguissem, se autorização fosse dada a eles, seríamos tragados e engolidos vivos. Ah, se não fora o Senhor que esteve, está e estará ao nosso lado! Que o diga Israel!


Se na promiscuidade a gente se perde, qual a chance de sermos achados? Sozinhos não nos encontramos, sempre precisaremos de ajuda. Do alto. Ecoa através dos milênios a famosa parábola do filho pródigo. Como ele, sabemos o caminho de volta, sabemos o lugar onde a promiscuidade não tem vez, sabemos onde nossa sede de paz e amor pode ser saciada, na casa do nosso Pai. Como o filho pródigo, ainda que arrebentados pelas consequências dos pecados em nossas vidas, precisamos fazer o caminho de volta.


Quando voltamos finalmente nos achamos. Quando voltamos achamos o abraço do Pai, a profundidade do perdão, o valor da comunhão, a alegria da celebração. Quando voltamos ouvimos claramente: "Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado”, Lucas 15:24. Como já se disse, “sem a chuva nada cresce, aprenda a aceitar as tempestades da vida”. Ou seja, por pior que possa estar o clima atual no seu dia a dia, ele vai passar, lições serão aprendidas e um novo tempo começará. Não aceite a condição de “perdido”, simplesmente dirija-se ao Pai, nEle todos somos achados, renovados e revividos.


Edmilson Mendes | Publicitário, escritor e pastor. Autor do site Cálice de vida.

Foto: Internet/Reprodução.


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