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Sobre os turistas brasileiros na Rússia, o funk brasileiro e algo mais

Olá, leitor amigo do alemportal.com. quero te convidar para mais um papo entre amigos, com clima de café e bolo no fim da tarde. Quero que você me entenda não como um rebelde sem causa, mas como alguém que quer ampliar o horizonte da discussão das ideias e você pode participar disso por meio dos nossos canais (Facebook, comentários no site, etc).


Quero conversar com você sobre o caso dos sete brasileiros e da mulher russa, onde os homens fazem a pobre mulher repetir palavras obscenas e degradantes. Na verdade, eu quero ter esse triste episodio como referência para entendermos algumas coisas. Eu vi esses dias, no Facebook, alguém dizer algo parecido com “o que fizeram com a mulher russa foi pequeno perto do que se canta nos funks; e a mídia só se escandalizou com eles”.


Isso gerou em mim um incomodo tão grande, pois nenhum ato de machismo e desrespeito é pequeno se comparado a outro. O fato da mídia não se escandalizar com as letras de funk degradantes e que objetificam mulheres não me dá o direito de diminuir o que sete homens de classe média-alta fizeram; ambos – tanto os funkeiros, quanto os turistas da Rússia – agem assim devido uma forma de pensamento que lhes foi passada e que prevalece em nosso país desde os tempos de Cabral: que a mulher é um objeto para o prazer masculino, que é inferior e não merece tanto respeito assim.


Toda prática traz por trás uma ideologia, uma forma de pensamento: e a desses homens (e mulheres também, viu?) é o machismo. Essa ideologia está arraigada no cerne da cultura do brasileiro e prevalece do nordeste ao sul, na cidade e no campo. As ferramentas para vencer esse tipo de pensamento, que já é secular, é a conscientização. A conscientização que mulher não é inferior, que tem potencial para trabalhar onde quiser (inclusive, em lugar nenhum, se ela escolher!), que mulher não tem demérito algum por ser o sexo frágil. Antes, pelo contrário, elas merecem respeito, honra e reparação por tantos anos de dominação machista na sociedade.


Por fim, termino dizendo: um santo não descobre outro. O que houve na Rússia não foi pequeno perto do que se canta no Brasil. Ambos precisam mudar; ambos precisam acabar. A mulher deve ser respeitada como ser humano tanto quanto um homem. O que os brasileiros fizeram no estrangeiro e o que os adolescentes têm cantado tem somente uma origem: o machismo; e ele tem que acabar!


Eric de Moura | Teólogo.


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