Jesus nos convida para uma vida de cruz (renúncia). Uma vida assim, é uma história que como a de Ana, promete um final feliz.
Ela esperava desejosamente esse dia. Um, dois, três... Mais de sessenta anos de espera... Enfim o dia chegou! Toda uma vida de dedicação a Deus valeu a pena! Palavras alegres de gratidão jorravam dos seus lábios. Seu sonho foi realizado, sua esperança renovada: O Messias estava ali, na sua frente! Aquele, com certeza, foi um dia inesquecível na agenda de Ana, a profetiza... (cf. Lc 2:36-38).
Você já ouviu falar sobre ela? Talvez existam muitos cristãos que ao menos saibam que ela exista. Seu nome aparece apenas uma vez na Bíblia, e já é suficiente para surpreender- nos com tão nobre exemplo. Quem era ela? Era viúva de quase oitenta e quatro anos... (Lc 2:37a). Apesar de ser uma senhora, foi uma atitude que ela tomou em sua juventude que a tornou especial.
Ainda muito jovem, perdeu o seu marido. Viveu com ele apenas sete anos, desde que se casara (Lc 2:36). Levando em conta que a partir dos doze anos uma menina judia já poderia se casar, possivelmente Ana não tinha mais do que vinte anos quando ficou viúva. Que tragédia! Uma jovem na “flor da idade”!
Agora um fato digno de nota: O que ela fez depois que isso aconteceu? Qual foi sua atitude? A Bíblia responde: Ela nunca saía do templo, mas permanecia lá, dia e noite, adorando a Deus com orações, muitas vezes ficando sem comer (Lc 2:37 – BV). Sua atitude foi radical! Ana foi se dedicar ao Senhor. Daquele em dia em diante renunciou a si mesmo para ficar o resto da vida ao lado do Senhor. Uma vida toda de dedicação tornou suas observações dignas de serem registradas por Lucas. Ana nos deu uma lição de Cruz, renuncia!
Jesus disse para os seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará (Mc 8:34-35). Quando este texto de Marcos foi escrito, Ana não era mais viva. Ela não conheceu esse texto de forma escrita, mas com certeza viveu-o na sua essência. Carregou sua cruz até o fim...
Quanta coisa ela não poderia ter feito? Por quantos caminhos essa jovem não poderia ter andado? Mas ela escolheu o melhor, viver ao lado do Senhor. Por muitos anos profetizou com base na palavra escrita sobre o messias que havia de vir. E quando ele chegou ao mundo ela estava ali (Lc 2:36). “Ali” aonde? No templo! Mais de 60 anos de espera, e quando Ele chega Ana estava preparada, no lugar certo, na hora certa...
A nossa grande esperança é de um dia poder nos encontrarmos com o Messias. Como uma criança, aguardamos esse dia com expectativa. Com certeza ele vai chegar! Onde nós estaremos? Como nós estaremos? É preciso estar preparado. Por isso, não se esqueça: Ainda existe uma Cruz! Dura... Pesada muitas vezes... Mas que precisa ser carregada até o final!
Eleilton Freitas | Teólogo, pastor e diretor do Centro de Estudos Teológicos Adventista da Promessa (CETAP).