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O país vive dias politicamente agitados, um período de estresses e extremos, dentre uma reforma e outra. A última pesquisa eleitoral realizada pelo instituto Data Folha, apimenta ainda mais essa discussão.
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Este ano nos aguarda com previsões não acertadas em relação ao cenário político brasileiro. É difícil definir o que encontraremos na próxima “esquina democrática brasileira”. O país vive dias politicamente agitados, um período de estresses e extremos, dentre uma reforma e outra. As eleições desse ano intensificam essa condição. A direita tenta se perpetuar no poder e a esquerda se esgueira, posando de defensora dos pobres e desvalidos para chegar ao seu alvo. Sem comentários a respeito dos extremos, é certo perceber que o painel político revela preocupação, a paisagem política exterior demonstra a motivação interior daqueles que nos bastidores já se preparam para o debate político. A última pesquisa eleitoral realizada pelo instituto Data Folha, apimenta ainda mais essa discussão. Sim, porque apresenta um caso atípico: a possiblidade de um ex-presidente condenado pela justiça em segunda instância, disputar o pleito eleitoral à presidência da república neste ano. Lula é alvo da lava jato; a grande operação federal que vem desmontando esquemas de corrupção envolvendo políticos de alto escalão, empreiteiras e grandes estatais como a Petrobras. A defesa recorre ao STJ (Superior Tribunal de Justiça – recurso negado pelo relator, mas ainda cabe decisão do plenário) e ao STF (Supremo Tribunal Federal – recurso impetrado na última sexta 2 de Fevereiro); da decisão de condenação do TRF-4, onde o ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado, no dito caso do tríplex do Guarujá produto de propina de empreiteira.
Lula (PT) ainda lidera o quadro de preferência no primeiro turno com 37% das intenções de voto, Bolsonaro (PSL) o segue com 18% em segundo; o pelotão do terceiro lugar vem embolado com Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) em 7% das intenções de voto. No Cenário em que Marina Silva (REDE) é inserida, são 8% os eleitores que a escolheriam. O quase provável Luciano Huck (sem partido) aparece com 6%. Em um possível e previsível segundo turno Lula aparece com 46% a 49% das intenções de voto mesmo sobre Alckmin, Marina Silva, Bolsonaro ou Ciro Gomes. Em um Cenário sem Lula o instituto Data Folha apontou Jair Bolsonaro liderando as intenções de voto no primeiro turno sobre os concorrentes, com 19% a 20% de preferência. Entretanto, em um segundo turno, se um cenário possível entre Marina e Bolsonaro se materializasse, a ex-senadora lideraria com 42% das intenções de votos contra 32% de Jair Bolsonaro. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (31) pelo instituto de pesquisa Data Folha, com possiblidade de margem de erro de dois pontos para mais ou dois pontos para menos.
Bandeira Suja?
É muito cedo para prognósticos definidores dos rumos políticos do país, antes mesmo dos embates eleitorais se concretizarem de fato. É importante a nossa atualização constante, a inteireza dos fatos. E uma vez fazendo e refazendo a necessária leitura crítica, participemos desse processo de construção política; uma vez que, se nós não o fizermos, estaremos condenando este mesmo processo, às mãos daqueles que não tem outra pretensão, senão a de fazer perpetuar o poder sobre suas mãos e continuar manchando a linda bandeira brasileira; esta de tantas lindas e plurais diversidades, mas de ainda pouco pensamento social, pouca construção de raciocínio político. De maneira acertada afirmou o sociólogo FHC no último domingo (3), ao jornal Estadão: “A Pátria precisa de um eleitorado que leve ao poder quem tenha visão de País e do mundo, e sustentando os valores da decência e da democracia, possa oferecer maior bem-estar ao povo”.
Por Marciel Diniz | Pastor e Teólogo. É colunista do Além Portal.