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Lula e Bolsonaro, a expressão de um populismo perigoso

Vejo com certa previsibilidade a reação dos eleitores do pré-candidato a Presidência da República, Jair Bolsonaro: enérgica e xiita, muitas vezes, assim como aconteceu com os seguidores de Lula, quando os primeiros "jatos" da operação Lava Jato, começaram a atingir o petista. Como até hoje acontece, era quase impossível (ou é) ter um mínimo de diálogo são em relação ao ex-presidente, quando você apresentava uma posição diferente. E também o é, quando se trata de Bolsonaro. Lembro-me que os petistas sempre foram acusados (e muitos deles são assim) de se sentirem os donos da razão, da moral e da democracia, eram fuzilados por tal arrogante postura; agora, a personificação da família, dos valores e bons costumes, se tornou Bolsonaro. E ai de quem fale um til ou jota de sua vida.


Tanto Lula quanto Bolsonaro, representam uma personificação dos sentimentos raivosos da polarização, esquerda e direita, mas em termos bem tupiniquins, porque a bem da verdade, os dois, são a expressão de um populismo perigoso em nome de seus ideais heroicos e messiânicos. Por ter como base a democracia, por precisarmos nos importar mais com nosso lado político, esse é assunto que deveria estar mais nas rodas, fazer mais parte do nosso cotidiano, especialmente esse ano. Mais do que ter um lado, do que levantar uma bandeira, do que defender um político, devemos lutar para que a democracia seja vivida, devemos lutar para que haja mais participação por parte de cada cidadão, para que essa pauta se estenda até as conversas de família, faculdade, igreja, trabalho e redes sociais. E permita que todos falem e expressem suas ideias. O alemportal.com deseja isso nesse ano eleitoral.


Ao olhar os candidatos do pleito de 2018, a intenção não é erguer altares e considerar que o céu na terra chegou porque L ou B estão na disputa. Muito menos a redenção seria trazida por Marina, Flávio Rocha, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, e tantos outros candidatos e candidatas. Ambos os lados, de Lula e Bolsonaro, certamente tem seus anseios e visões, porém, não podem nos impedir de ver as incoerências de sua pré-candidaturas, usando dinheiro público e fazendo campanha antes do tempo. Temos que fazer uma escolha e que seja por quem realmente quer o melhor do Brasil. Que mais que a "fulanização" da política, sejamos racionais na escolha. Mesmo que difícil e desgastada, a política é numa sociedade democrática, o espaço das conquistas desta sociedade, não só nas eleições, mas na vivência cotidiana. Que nosso lado seja por quem deseja estar do lado do Brasil.


Andrei Sampaio Soares | Teólogo, editor-chefe e fundador do alemportal.com.

Imagem: VEJA/Reprodução.


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