As usinas de Mariana são reflexo da visível e natural ambição humana de rodar e rodar, promover e promover, criar e criar. Neste caso, as usinas criaram suas fontes de riqueza, mas criaram também fantásticos estragos.
A tela manchada da história da cidade de Mariana em Minas Gerais, traz um grave paradoxo. O ser humano cria e descria; constrói e destrói. Existe uma séria falha na engenharia da criatividade humana: ela não está isenta de estragos, por quê? Esta resposta é difícil, mas está explícita nos parágrafos das Sagradas Escrituras.
Quando o homem foi criado por Deus, logo de imediato, pensou ser criação totalmente acabada, imaginou que poderia viver sem a energia Divina que gere todas as coisas, humanas ou não. Essa postura foi como a de um ventilador que, percebendo o seu fantástico movimento giratório, resolve se desligar da tomada, pois percebe seu potencial de rodar, ignorando sua dependência da fonte de energia! O homem ainda evoluiria; à medida que conhecesse seu Criador, fonte de toda energia e criatividade, teria condições de respeitar a natureza em todos os seus contornos, tanto como o seu “coigual” humano.
Entretanto ao “independer” de Deus, por uma escolha desobediente, o ser humano sofre uma grave crise em relação a sua “engenharia de criatividade”. Ele consegue produzir, porém, bem próximo do ponto chave algo “involui”, toma formas inesperadas. Sua motivação já não tem nenhum nexo com a glória de um Deus promotor de toda a fonte de energia e criatividade ou a construção da dignidade humana; mas está intrincada com um forte desejo de reconhecimento humano, glória capitalista e poder político. Sucumbe assim o “perfeccionismo” humano, que dá lugar ao caos desesperador da destruição individual ou em massa, como no caso do rompimento da barragem, na cidade de Mariana, que deixou 19 mortos e dois anos depois segue sem punir (Samarco e Vale) os criminosos.
Em resposta, o evangelho traz uma simples e contundente proposta. Submeter nossa criatividade, que gera energia, tecnologia, produção de políticas sociais saudáveis, ao principado cristocêntrico. Um sonho impossivelmente impossível! Porém, falamos e pregamos a respeito de um Deus que está reconfigurando novas todas as coisas! “E o que estava no trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas” [Apocalipse 21:5]
Crie e Recrie em Cristo, para Glória do Eterno!
Marciel Diniz | Pastor e teólogo.
