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SOLA GRATIA

Para se inteirar melhor do contexto do assunto, acesse antes os outros textos:

Comecemos com uma pergunta: Qual a resposta de Deus para o pecado da humanidade? Não vou responder agora, vamos analisar sobre ela durante o texto e te convido a pensar sobre isso também...


Aliás, o que é graça? Já que vamos falar de Sola Gratia, ou, Somente a Graça! Estamos aqui analisando a visão da Reforma, a visão que havia antes e a visão nova que a mesma traz. Por isso é importante respondermos a primeira pergunta que fiz no texto. Graça é basicamente você receber algo que não merece, por isso dizemos que graça é favor imerecido. Por exemplo, Adão e Eva não mereciam o Jardim do Éden, no sentido de que não fizeram absolutamente nada para tê-lo, eles apenas receberam o presente. Assim como Adão não mereceu Era, nem a pediu, Deus a fez por amor, por graça.


Se olharmos, basicamente, falando em merecimento, a resposta de Deus para o pecado é a justiça, afinal, quem erra merece uma punição de acordo com sua infração. Então, há uma condenação, uma consequência para a escolha que se fez.


Vamos agora entender o contexto de como surgem as indulgências como forma de perdão dos pecados e garantia de salvação:

1: a Reforma acontece na Europa, pegando um pouco da Ásia e um pouco da África, mas majoritariamente na Europa. Por acaso, na mesma época essa região estava sendo devastada pela Peste Negra, ou Peste Bubônica. Essa peste matou cerca de 200 milhões de pessoas na área descrita, destruindo quase toda população. Acreditava-se que isso era castigo divino devido aos muitos pecados da sociedade, portanto se faz necessário uma forma de alcançar perdão para todas as almas, afim de que não houvesse outra dizimação da sociedade como esta.


2: Surgem os Flagelantes, que causavam um sofrimento a si mesmos, se flagelando (se machucando fisicamente). A ideia deles era de que a punição contra si próprio salvaria sua vida e a vida de outras pessoas (ainda existem pessoas que creem nisso nos dias de hoje). Eles dedicavam seus dias, inteiros, todos os dias a essa prática. Muitas pessoas acabavam se confessando aos flagelantes ao invés do Monge, pois acreditavam que seu sacrifício diário os fazia mais devotos e mais próximos de Deus.


Como resposta a ICAR cria as indulgências, basta você comprar seu perdão! Isso surge em apenas um pequeno lugar da Europa, mas conforme ganha fama e força, se espalha por todas as igrejas da região. A mentalidade da época é que nossos pecados não nos fazem dignos de servir a Deus, de nos aproximarmos, por isso também se pregava que precisávamos de tantos mediadores para nos aproximarmos de Deus. A ideia é que se eu não pagar, jamais me aproximarei de Deus. E assim, era tanto possível eu pagar pelo perdão dos meus pecados como pagar pelos meus entes queridos presos no purgatório para que suas almas fossem livres e pudessem chegar enfim ao paraíso; como pagar uma fiança para a alma.


Lutero, que não se conformava com um Deus assim e com uma fé assim, encontra as maiores discrepâncias da pregação da igreja na carta de Paulo aos Romanos. Ele aprende que sim, somos insuficientes morais, mas não conseguimos alcançar a santidade Deus por nenhum esforço próprio. (Salmo 130: 3-8) “Mas Contigo está o perdão para que sejas temido.” Lutero lê sobre uma “paz que excede todo o entendimento”, uma paz indescritível pelo favor imerecido, a graça, somente a graça. Ele sabe e confirma que realmente não valemos nada, porém encontra o “mas” em seus estudos. Eu posso ter essa paz porque Jesus me justifica, me salva, e me oferece essa graça imerecida. Um pai amoroso me traz de volta ao lar por meio de Cristo. Ele conclui: eu tenho um Pai que me ama e me aceita como eu sou, e portanto, tem um plano de salvação para mim, por meio da graça!


A resposta de Deus para nossos pecados é a justiça. A justiça de Deus. O evangelho que é o poder para a salvação de todo aquele que crê, revela sua justiça. Todos pecaram e todos estão destituídos da glória de Deus. Ninguém é melhor que ninguém e carecemos da graça de Deus. Não cometemos os mesmos pecados, mas nenhum de nós se encontra num nível superior (Romanos 3:21-23). No entanto, não foi de graça, Jesus pagou um alto preço sendo condenado em nosso lugar. Ele nos presenteou com esse favor imerecido! Deus havia de ser justo e por isso ele se coloca como justificador, pois nós jamais seríamos capazes de nos salvar por nenhum meio senão somente pela graça! Para receber esse favor imerecido é necessário fazer uma escolha, que não precisa ser comprada, mas sim, vivida!



Mariana Mendes | gerente de Mídias Sociais, escritora e criadora de conteúdo para o canal: youtube.com/entrelinhas


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