Nesses quase 500 anos de Reforma Protestante estivemos pensativas em o quanto somos seres revolucionários por natureza e nossos procedimentos repercutem positiva ou negativamente na vida dos nossos semelhantes. Assim, por meio deles, podemos ser considerados: Heróis ou contraventores.
Era uma manhã do dia 31 de outubro de 1517, a Idade Média estava se despendido do mundo e o Renascimento começava a dar o ar de sua graça; numa pacata cidade alemã entrava em cena um monge da Ordem dos agostinianos com 95 teses de sua autoria que afixa na porta da catedral de Wittemberg – um best-seller que entraria para a História da humanidade.
Martinho Lutero esse é o nome daquele que ousou desafiar uma igreja corrompida pelo poder e pela concupiscência, dando início a um movimento de proporções gigantescas do qual, certamente, ele não fazia ideia. Uma das mais importantes páginas da igreja cristã começava a ser escrita por esse monge simples que aspirava por REFORMA.
A partir de então, as paredes da jactância, da presunção e da conspurcação erigidas pelas autoridades constituídas da santa igreja começavam a ruir. Seu ato causou revoltas e mortes, gerou protestos, dividiu opiniões e abalou os alicerces desse “império” mudando o rumo do cristianismo no mundo.
Seu altruísmo deu livre acesso à leitura da Bíblia Sagrada – um feito histórico que culmina com a quebra do monopólio do conhecimento eclesiástico.
Dentre tantos absurdos combatidos, Lutero não admitia que os cristãos pagassem indulgências e penitências para herdar a vida eterna porque cria na salvação pela graça[1] e que o justo vive pela fé[2]... Começava, então, sua longa jornada no combate aos abusos do poder clérigo e sua luta contra tudo que fosse de encontro à Palavra de Deus. Com isso, passou a “viver entre a cruz e a espada”: para alguns se tornou um herói, para outros era apenas um contraventor cujo maior pecado incorria em “heresia notória”.
Mas a História está aí para tirarmos as lições e não julgarmos o irmão Lutero, do contrário, ponderar a relevância de sua coragem para o decurso da caminhada da igreja cristã.
Que possamos refletir nossas atitudes para realizarmos uma reforma primeiramente em nós com o intuito de, com elas, levarmos vidas a se renderem aos pés de Cristo e confessarem que só Ele é Senhor e Salvador!
Esther Braga | Professora e escritora com livro publicado. Escreve periodicamente em seu blog pessoal: http://bragaesther.blogspot.com.br/
[1] Efésios 2.8
[2] Romanos 1.17b