“E disse: Tudo isso te darei, se, prostrado, me adorares.”
Mt.4:9
Recentemente, duas exposições definidas como artísticas causaram revolta em grande parte da população brasileira. Uma, aberta a alunos em idade escolar, acabou cancelada pelo agente patrocinador após chocar a sociedade com “obras de arte” que faziam referência a erotização infantil, a zoofilia, e demais aberrações, além da ideologia de gênero. A outra uniu a classe artística, em especial o elenco da Rede Globo de televisão, contra o que eles chamam de “patrulha conservadora”, defendendo como arte a performance de um homem nu exposto em um museu, sendo tocado por crianças levadas pelas próprias mães. Isso mesmo, crianças levadas por suas mães para ver e tocar um homem nu, tudo isso justificado pela “arte”.
Como vivemos na era da informação instantânea, imediatamente levantaram-se hashtags nas redes sociais contra esse tipo de arte e, principalmente, contra a referida emissora, chamando a todos os cidadãos que prezam por princípios morais, familiares e cristãos a boicotarem o canal de televisão. E, sinceramente, entendo coerente tal atitude. Afinal, temos o direito de decidir o que entra ou não dentro dos nossos lares e o dever de preservar nossos valores e ensiná-los aos nossos filhos.
Contudo, causa-me preocupação ver que as pessoas de bem, sobretudo os cristãos, acham mesmo que podem mudar isso tudo apenas com o controle remoto, sendo que o botão mais importante sobre o qual temos poderes não é esse, mas sim o das urnas.
Sim, através das urnas, durante décadas, temos colocado no poder políticos engajados em criar leis para destruir todos os valores que acreditamos que é somente a diabólica Rede Globo quem está destruindo. Políticos que compram nossos votos com o falso discurso da inclusão social, da ascensão do mais pobre, do acesso pelos mais humildes a tudo o que somente o rico tinha direito, da igualdade, do “respeito as diferenças”.
No capítulo quatro do Evangelho de Mateus, Jesus é tentado por Satanás de várias formas, sendo que na última tentativa do inimigo em seduzir o Messias, ele oferece a Jesus todos os reinos do mundo em troca de ser adorado por ele, como se tudo o que existe nesse mundo já não pertencesse ao Deus Filho. Obviamente, o diabo não obteve êxito nessa empreitada e foi expulso dali.
E quanto a nós? Não estaríamos vendendo nossos valores pelo que é obrigação do Estado nos proporcionar e nosso direito e dever de cobrar, seja do governo que for? Vale a pena submeter nossos filhos a uma enxurrada de ideologias destruidoras de princípios bíblicos e morais em troca de uma igualdade social a qual já temos direito, e que podemos e devemos lutar por ela?
As eleições estão chagando e precisamos deixar de lado o partidarismo político para dar lugar a preservação daquilo que, uma vez destruído, trará consequências trágicas e irreparáveis a toda a sociedade. Avaliemos bem em quem vamos votar. Precisamos eleger representantes que valorizam o respeito e preservação das famílias, os princípios bíblicos. Não necessariamente cristãos, mas que prezem por esses valores.
Não vamos negociar nossos princípios. O controle está nas nossas mãos, que saibamos apertar os botões.
Mariluzi Dalava Lopes Sales | Advogada, pós-graduada em Direito Público pelas Faculdades Damásio de Jesus.