A história a seguir é fictícia, mas revela uma necessidade mais que real.
“Olá. Meu nome é Rogério. Por pouco eu não estaria escrevendo este relato.
Eu tenho depressão. Sim, tenho, e hoje consigo falar sobre isso com
mais tranquilidade; mas nem sempre foi assim.
Não... Eu sofri por anos em silêncio, por medo de julgamentos e pressões
sem perceber que o maior sofredor era eu mesmo.
Com o passar dos dias, meses e anos o fardo tornou-se insuportável:
sufocamento, peso no coração, lágrimas constantes, perda de apetite,
perda de interesse e uma vontade constante de morrer.
Sim, eu desejei a morte e não somente isso, eu tentei morrer.
Eu tentei mais de uma vez, em silêncio e solidão.
Somente aí algumas pessoas notaram alguma diferença em mim.
Meu isolamento não foi notado. Minhas ausências não foram sentidas.
Mas quando eu tentei morrer eu estava querendo chamar a atenção.
Minhas tentativas de suicídio eram um grito desesperado por socorro
e uma afirmação extrema de um cansaço por anos de silêncio e sofrimento.
Eu só queria colocar um fim à minha dor, e não via outra saída.
A partir da primeira tentativa de suicídio passei a ser visto
como o problemático da família e o que eu mais temia me sobreveio:
o juízo, as perguntas, os questionamentos.
As afirmações de que eu tinha tudo e não precisava daquilo.
As repetidas frases que tinham a intenção de ajudar
me jogavam cada vez mais para dentro de um buraco existencial
tão fundo que parecia não existir mais luz na superfície.
Até que eu cheguei ao fundo do poço: sem amigos, machucando
aqueles que me amavam e colocando em risco a minha própria vida.
Foi aí que as coisas realmente começaram a mudar.
Busquei tratamento, precisei ser internado em uma clínica psiquiátrica
e fui completamente moldado naqueles dias.
A partir dali, ajustaram-se as medicações (essenciais no processo)
e a orientação terapêutica foi mais eficaz.
Hoje o desejo de morrer é um passado para o qual nunca mais pretendo voltar.
Neste processo de melhora foram essenciais: as medicações, a psicoterapia,
mas acima de tudo, o apoio familiar e a fé em um Deus que morreu para que eu tivesse vida.
Meus familiares aprenderam a lidar com a doença e foram essenciais nesse processo de melhora;
e meu Deus, este nunca me abandonou ou desamparou, mas esteve presente me dando ânimo
quando não haviam mais motivos. Quando tudo havia perdido a cor e o sol já não brilhava mais,
Ele recoloriu a minha história e agora eu vivo com e por Ele!”
A história de Rogério, personagem fictício, é uma história que possivelmente acontece diariamente em diversas partes deste nosso país. Infelizmente, muitas outras histórias não tiveram um fim alegre como a de Rogério, mas terminaram em uma sepultura, com famílias enlutadas e sentindo-se culpadas.
Há uma pesquisa que nos mostra que a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Você não precisa fazer parte desta estatística; a depressão pode ser tratada e vencida. O suicídio não é o melhor caminho. Com certeza você tem pessoas que te amam e se importam com você. E mesmo que não tenha ninguém que se importe com a sua vida, tem um Deus que olha por você e o que Ele mais quer é que você tenha vida e vida plena ao lado dEle, com as bênçãos dEle e a presença dEle.
O suicídio não é o caminho. Procure um profissional ou um amigo. Viva intensamente e com felicidade! Deus te abençoe!
#SetembroAmarelo, Mês de prevenção ao suicídio.