Quando a vida vira um campo de minas enterradas

Você já foi em algum lugar em que tem algum tipo de sinalização, indicando que aquele local é um campo minado? Em que existem áreas de limites onde se pisar, pois existem bombas instaladas ali? Bom, você não precisa ter ido a um lugar desses para ter tal cuidado. Explico porquê. Às vezes, depois de termos praticado certos pecados, as consequências podem ser como tal cenário. Mesmo que o erro tenha passado, as marcas do que se fez ficam instaladas ali. Pense no cara que traiu sua esposa com um mínimo razoável de mulheres ou homens, num período não tão extenso de anos. Ele resolve estudar um curso técnico e naquela turma há pelo menos três pessoas que conhecem sua vida de bastidor. Até aí sem problemas, na lógica do mundo isso é aceitável e, em alguns casos, normal. Porém, imagine que tal pessoa é cristã e apresenta-se como tal. É exatamente aqui que falo do campo com as minas enterradas. É o momento que elas podem estourar e toda a duplicidade da vida do cara vir à tona. As consequências lhe farão toda a diferença. Seu desejo por testemunhar de Cristo irá se chocar com sua recente "vida fake". O que fazer, o que esperar? Eis o desafio das respostas na vivência da história. Apesar da grande chance daquela vida desmoronar, lembre-se que mesmo no infortúnio causado pelo homem, Deus pode ainda, talvez, transformar mau em bem. Seria o caso de Pedro, que depois de três anos de seminário com Jesus, o negou publicamente, na hora em que mais seu Senhor precisava? (Jo 18.15-27). Negação é um pecado grave, acima de outros pecados, pois Jesus disse que quem lhe negar diante dos homens, Ele negaria diante do Pai (Lc 12.9), mesmo assim, este pecado é infinitamente menor que a graça de Deus, que restaurou o negador Pedro (Jo 21.15-19), vivendo até o fim da vida como um confirmador de Jesus. Assim, essa graça de Deus não poderia ser maior que as burradas que fazemos? Andrei Sampaio Soares,

teólogo, escritor e criador/editor do Além Portal.