Ninguém gosta de sofrer. Por isso, a maioria das pregações que ouvimos dá destaque à paz, alegria, felicidade e a todas as coisas boas que a vida cristã nos proporciona. Porém, eu e você sabemos que a vida não é feita somente de momentos alegres. As horas amargas também fazem parte do nosso cotidiano. Os crentes em Jesus que viviam no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na Ásia e na Bitínia (I Pe 1:1) que o digam! Estavam vivendo dias de intenso sofrimento.
Ultraje, suspeita, abuso, perseguição, eram palavras bem familiares para esses cristãos. Foi neste contexto que a carta de I Pedro, que leva o nome do autor, foi escrita. Corriam os anos de 62-63 d.C. e o palco para grande perseguição de Nero (64 d.C.) já estava montado. O tema básico de I Pedro é a reação correta diante do sofrimento cristão. I Pedro é um manual para os cristãos que sofrem. E como não podia ser diferente a palavra chave é “sofrimento”.
Entretanto, logo no início, versículo 3 do primeiro capítulo, a carta começa assim: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Pedro inicia sua carta falando de esperança, assunto tão caro aos seus leitores, que passavam por privações e provações. Pedro mostra que a regeneração está estritamente ligada com a viva esperança. Com o novo nascimento, um largo horizonte se abre diante de nós! Antigamente vivíamos em trevas, mas depois de recebermos a Cristo como Senhor e Salvador das nossas vidas e consequentemente sermos regenerados, fomos transportados para o reino de luz! Mesmo diante dos reveses da vida, sempre temos motivos para continuar.
A nossa esperança é viva! Viva porque temos a garantia do Cristo ressurreto! Diferente de “esperança” na língua portuguesa, que é entendida como acreditar naquilo que se deseja que seja verdade, no Novo Testamento a conotação da palavra é muito mais positiva e dinâmica. Significa: A certeza presente de uma expectativa futura! Essa esperança é viva! Por isso, diante das provações, o cristão não pode perder a fé, a confiança, a esperança em Deus! Dias melhores virão: Nisto exultais... (I Pe 1:6)! Que o Senhor nos conserve sempre firmes.
Por Eleilton Freitas,
Teólogo, escritor e diretor do CETAP (Centro de Estudos Teológicos Adventista da Promessa).