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O dia que perdi minha cruz

  • Cristianismo
  • 10 de jul. de 2017
  • 2 min de leitura

Sou um simpatizante do uso de símbolos cristãos (pinturas bíblicas, vitrais e cruzes) e, por tal gosto, comprei há uns anos atrás uma cruz (vazia) de madeira. Acredito que o uso seja interessante, como símbolo de testemunho e uma forma de afirmação da fé.


Usava essa cruz na minha mochila. Até que troquei de mochila e pouco tempo depois, abrindo a mesma não encontrei a cruz (ficava em um dos zíperes externos). Como já tinha saído da igreja e ia para casa, alimentei a esperança de que a tivesse perdido em meu lar. Porém, chegando lá, nada! Descobri que tinha perdido minha cruz.


Foi inevitável a reflexão com a vida cristã. Pensei em ligar para algumas pessoas e fazer um trocadilho, levei dias até escrever este relato. Mas aquilo ficou na minha mente. Na verdade, viraram perguntas sérias à minha alma. Questionamentos espirituais e até mesmo apreensão. E, como um bom pentecostal que sou, até me questionei: "Não seria um sinal, um aviso do céu?".


O certo é que perder a cruz que Jesus nos deu é uma tragédia. Afinal, Ele nos deu um mandamento: “Então Jesus disse aos discípulos: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16.24). Na caminhada com Jesus não temos a opção de levar nosso próprio testemunho, mas o de Cristo.


Essa vida em forma de cruz só é possível vivendo um caminho de morte/vida, auto renúncia, obedecendo ao Pai: isso é, essa cruz que Cristo nos manda carregar no dia a dia. Ela não é o marido, a doença, a sogra ou qualquer outra coisa que nos incomode. Não! Ela também não tem tamanho, como se fosse maior para uns e menor para outros, como se fosse pesada para uns e mais leve para outros. Ao que parece, ela nos parecerá mais adequada a medida que vamos entendo a mensagem do Evangelho: Cristo morreu para nos religar à Deus e isso é graça. Agora, reconectados, vivemos uma vida de imitação a Cristo no poder do Espírito. Ao passo que perder essa cruz da vivência do evangelho significa que estamos fazendo mais o que gostamos ou desejamos e não a vontade de Jesus em si.


Voltando à cruz que perdi, talvez nunca mais a encontre. Terei que providenciar outra. Falando da fé, pergunto a você: "E aí, perdeu a cruz?". Se você chegar a conclusão que sim, ajoelhe-se e peça ao Pai do Cordeiro que o faça tomá-la de novo e carregá-la até o dia de deixá-la, na Vinda do Senhor: "Pois quem quiser preservar sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa, este a preservará." (Mateus 16.25)


Por Andrei Sampaio Soares,

teólogo, escritor e criador/editor do Além Portal.


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