Quando as lágrimas rolarem

Quando você está andando de ônibus, num dia de chuva de inverno, e vê aquelas gotas de água rolando no vidro embaçado, lembra-se de quantas lágrimas já rolaram no rosto.

Você se lembra, que não precisa de chuva para elas caírem, não precisa ser chuva de inverno ou verão. A vida proporciona uma determinada sucessão de acontecimentos que levam as lágrimas a rolarem.

Elas rolam ao nascermos, ao brigarmos, ao adoecermos, ao desobedecermos, ao nos despedirmos ao sentirmos saudades. Enfim, são tantos os fatos da vida, que fazem as lágrimas rolarem.

Nesse momento que você está lendo, será o que caso de uma lágrima rolar? Pois enquanto escrevia as lágrimas rolavam. Aí, lembrei-me de um texto do Salmo 56 que diz o seguinte: Tu contas minhas aflições; põe minhas lágrimas no teu odre; não estão elas registradas no teu livro? (verso 8).

Na indagação do salmista, a pergunta retórica sugere a resposta de que, Deus não somente visualiza nossas dores, como alguém que lê nossa mensagem no WhatsApp, mas, que por isso tomará uma atitude diante da dor como ele conclui no verso seguinte: No dia em que eu te invocar meus inimigos retrocederão; estou certo de que Deus está comigo (verso 9).

Isso que chamo de "choro com qualidade". Chorar na presença de Deus, não é desperdício de lágrimas. Na cabeça do salmista, o Senhor armazena cada lágrima, cada dor, cada aflição. Portanto, quando as lágrimas rolarem, corra para Deus, que Ele recolherá suas lágrimas e agirá no tempo dele, a seu favor.

No exato momento que vi as gotas de água rolando na janela em embaçada do ônibus, olhava por entre algumas árvores de um canteiro, uma floricultura, e entendi, que como aquele cenário de flores, pode se tornar nosso choroso coração.

Deus transforma nosso interior em um belo jardim de flores, assim, podemos distribuir da paz que temos dele. Como disse Isaías: Porque o SENHOR consolará Sião; consolará todos os seus lugares destruídos e fará o seu deserto como o Éden e a sua solidão como o jardim do SENHOR (Isaías 51.3a).

Por Andrei Sampaio Soares,

teólogo, escritor e criador/editor do Além Portal.