Você alguma vez já passou por uma situação de pânico dentro da água? Ou já viu alguém se afogando? Eu já engoli bastante água, quando na praia, piscina ou igarapé. Ouvi histórias de quem quase se afogou. Histórias, onde a correnteza foi levando e quando a pessoa ia se afogando, sempre aparecia a mão heroica para salvar. Outras iam se afogando de insuficiência física, e aí novamente entra em ação alguém para salvar.
A sensação de falta de ar é uma das piores circunstâncias, da qual um ser humano pode passar. Quando pratiquei natação, nas primeiras semanas, achava que meu pulmão ia estourar pelo esforço, ou então, poderia até dizer, que estava hidratado de tanto beber água.
O fato é que estar em baixo da água por mais tempo do que se deve, é desesperador. E na vida por vezes é assim. As águas são turbulentas, traiçoeiras e imprevisíveis. A vida nos proporciona fenômenos nunca antes vistos, como aquela tempestade enfrentada pelos discípulos de Jesus (Lucas 8.22-25).
Tristeza, tédio, doença, morte, carnalidade, vícios, são alguns dos fenômenos que nos fazem cansar, desgastam o viver e até podem nos levar ao afogamento. Estar em águas profundas, ter plantas marinhas enroladas na cabeça ou o pé preso nas rochas em baixo d'água, gera ou deve gerar pavor, desespero e medo, muito medo.
Mas, por vezes na vida, temos o escape necessário para sobreviver, como o profeta teve: foi vomitado pelo grande peixe, por ordem de Deus (Jonas 2.10). E assim, Deus se utiliza: congressos, assembleias, cultos, conversas, passeios, filas, ônibus, barco, praça, avião. É só Ele dar a ordem que alguém está lá. E como é bom respirar depois de quase se afogar. Como é bom descansar depois de muitas braçadas. As energias são recarregadas para a continuação.
Um suspiro, um tomar o fôlego, é aliviante. Trás vitalidade e recupera parte do que fora perdido. Mas, este suspiro, não significa velocidade acima da média ou quebra de recordes. Isso serve para aliviar a tensão, o que determina a superação é a continuação. Para o nadador, os treinos.
Por isso, quando alguém suspira na vida depois de um incômodo causado por ela, possa ser que a empolgação da tomada de fôlego não queira dizer um crescimento do desempenho. Nesse caso, o melhor a fazer, é continuar a nadar e tornar a fôlego.
Por, Andrei Sampaio Soares.